Mitos na Cosmética: O que diz a Ciência (E o que dizem por aí)
Vivemos numa era de grande acesso à informação… e à desinformação.
Na área da cosmética, multiplicam-se os posts alarmistas, listas de ingredientes “tóxicos” e vídeos virais a alertar para “substâncias escondidas”. Mas o que é verdade? O que é mito? E quem decide o que é seguro?
Neste primeiro artigo do blogue DaJoana Cosmética Natural, vamos falar com transparência sobre os mitos que rodeiam a segurança de certos ingredientes cosméticos — e porque é que muitos deles não têm base científica.
❌ Mito: “Se não é natural, é tóxico”
Um dos mitos mais persistentes é o de que tudo o que é sintético faz mal, e tudo o que é natural é bom. A realidade é mais complexa:
- Cianeto é natural — e mortal.
- O ácido salicílico, frequentemente usado em produtos para o acne, pode ser sintético — e é eficaz e seguro nas concentrações permitidas.
- O benzyl alcohol, usado como conservante, existe naturalmente em várias plantas, mas é também produzido sinteticamente — e ambos são seguros, desde que respeitem os limites legais.
👉 A segurança não depende da origem do ingrediente, mas da forma como é usado, quantidade, pureza e dados toxicológicos.
🧪 O Que Diz o INFARMED e a União Europeia?
Na União Europeia, os cosméticos são regulamentados pelo Regulamento (CE) n.º 1223/2009. Isto significa que:
- Ingredientes permitidos e suas concentrações máximas são especificados;
- Cada produto tem de ter um Relatório de Segurança;
- O produto é notificado no Portal Europeu (CPNP);
- Deve ser avaliado por um profissional qualificado em segurança cosmética.
Em Portugal, o INFARMED fiscaliza e garante que os produtos seguem estas normas.
📌 Se um ingrediente está aprovado para uso na UE, é porque passou por avaliações rigorosas.
📚 E os estudos que dizem que certos ingredientes fazem mal?
Muitos estudos alarmistas que circulam online:
- Usam doses irreais (muito superiores ao uso cosmético);
- São feitos em animais, via ingestão, e não via aplicação tópica;
- Estudam a substância pura isolada, e não a fórmula final aplicada na pele.
Exemplo: os parabenos
Alguns estudos associaram certos parabenos a alterações hormonais.
Mas os parabenos permitidos em cosmética (como o methylparaben e ethylparaben) são seguros nas concentrações autorizadas, e continuam aprovados na Europa.
🌿 A cosmética natural deve ser crítica, não alarmista
Na DaJoana Cosmética Natural, usamos ingredientes de origem vegetal, respeitamos a pele e o planeta, mas também:
✔️ Seguimos a ciência
✔️ Respeitamos as regras
✔️ Não alimentamos o medo
✅ Conclusão
Nem tudo o que parece perigoso o é.
Nem tudo o que é natural é inofensivo.
A cosmética segura é feita com conhecimento, regulação e equilíbrio.
Informa-te, questiona, e confia em quem segue a ciência com alma.
Segue o nosso blogue para mais conteúdos descomplicados sobre cosmética natural, sem mitos — e com verdade.
Autoria: Susana Soares Silva
Fundadora da DaJoana Cosmética Natural